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Sobre a disbiose intestinal

A disbiose tem uma longa história, que começou com as primeiras análises da microflora intestinal humana ainda no final do século XIX e início do século XX. Conceitualmente, pode ser definida como qualquer alteração indesejável na composição da microbiota intestinal resultante em desequilíbrio entre as bactérias benéficas, como lactobacilos e/ou bifidobactérias e patogênicas, em comparação com as encontradas em uma população saudável.

De acordo com Ayoub, os hábitos de vida que predispõem ao desenvolvimento da disbiose são: estresse, uso frequente de antibióticos, laxantes, corticoides e antiácidos, alterações na motilidade intestinal, alimentação inadequada, toxinas alimentares, poluição, alcoolismo, imunodeficiência, infecção ou infestações intestinais e alterações do pH gástrico ou intestinal. Além disso, a dieta do indivíduo pode ser considerada uma das mais importantes causas da disbiose, pois a alimentação influencia de modo direto a composição da microbiota intestinal.

A disbiose também pode estar associada a intolerâncias alimentares decorrentes da deficiência de enzimas digestivas, por exemplo, a deficiência de lactose, que promove intolerância ao leite. Além disso, outros fatores também podem contribuir para o desenvolvimento da disbiose, como a idade, o tempo de trânsito e o pH intestinais, a disponibilidade de material fermentável e o estado imunológico do hospedeiro.

Entre os principais sintomas clínicos apresentados pelos indivíduos, estão flatulência, náuseas/vômitos, cólicas, diarréias, constipação/prisão de ventre, inchaço/abdome distendido, azia, dor estomacal/intestinal. Esses sintomas indicam uma disbiose intestinal e justificam a realização de exames específicos para conferir o equilíbrio da flora intestinal. Além disso, um número crescente de doenças está associado à disbiose intestinal, a qual em alguns casos contribui para o desenvolvimento ou a gravidade da doença. A disbiose é uma característica das DIIs, como a colite ulcerativa e a doença de Crohn, mas também de distúrbios metabólicos, doenças autoimunes e distúrbios neurológicos, e pode desencadear a doença nas primeiras semanas de vida, como observado na enterocolite necrosante, durante a idade adulta, por meio da promoção do câncer colorretal, ou em pessoas idosas, como exemplificado pela diarreia associada à Clostridium difficile. Na maioria dos casos, as mudanças na composição da microbiota intestinal são transitórias, causando sintomas temporários. No entanto, nos raros casos em que a disbiose é duradoura ou permanente, o paciente pode desenvolver sintomas crônicos. Assim, a disbiose pode se manifestar como sintomas clínicos temporários ou crônicos, ou ser assintomática, mas aumentar a vulnerabilidade a várias doenças, incluindo infecções intestinais, bem como doenças metabólicas e cerebrais.

Fonte: http://abran.org.br/new/wp-content/uploads/2019/10/ABRAN_Disbiose_VERSAO1-APCP-Revis%C3%A3o-Glair_REV_VLS.REVi_.pdf

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